Analiticamente Incorrecto
2005/09/06
  A Não Razão
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Esta é a principal razão de sermos o país mais atrasado da OCDE e um dos mais atrasados da EU 25.
Não basta sonhos, visões ou princípios. Tudo não passa de tentativas frustadas de tapar o sol com a peneira. O baixo nível de educação dos portugueses interessa aos políticos, permite que unicamente um pequeno grupelho tome as rédeas do país mediante os seus interesses pessoais. Já assim era no tempo da ditadura e continua hoje a ser. Com uma maior liberdade, é verdade, mas comparativamente com o mesmo grau de burrice populacional.
Hoje Portugal está mais próximo da América latina ou de África do que da Europa à qual pomposamente dizemos que pertencemos. Não adianta fazer escaparates com os casos de sucesso, esses são uma ínfima parte do todo. É inconcebível que este país de atrasados (nos quais me incluo) a selecção nacional de futebol ou os clubes sejam a nossa bandeira no mundo. Algo típico de um país do terceiro mundo.
Somos burros porque o queremos ser, somos incompetentes porque interessa que o sejamos, somos pouco produtivos porque não temos visão para ir mais longe e pior é que no meio de tudo isto até a imigração que entra no nosso país não é aproveitada pelas suas habilitações, mas sim utilizada para tapar os buracos de sermos uns calaceiros.
Nas nossas universidades, formamos doutores e engenheiros de escritório, havendo algumas licenciaturas que produzem frangos de aviário, que outro destino não têm senão tentarem a via do ensino. Os poucos cursos que possuem alguma organização (saída profissional), fecham o acesso a sete chaves para que o elitismo do género se perpetue e depois, impedimos o acesso aos outros que vem de fora, por acharmos que o nosso ensino é melhor do que o deles, enfim, tristes que somos.
Quando vamos trabalhar para uma multinacional esfalfamo-nos na vã tentativa de chegarmos àqueles que aparecem nas revistas, ou então somos obrigados a esfalfar-nos porque senão vamos para o olho da rua pelas características únicas dos contratos colectivos de trabalho negociados entre a multinacional e o seu batalhão de advogados e o poder político e o seu batalhão de sequiosos. Quando emigramos para os outros países, normalmente começa-mos a limpar a merda das latrinas, mas como somos muito trabalhadores (lá fora), lá vamos subindo na esperança de um dia virmos à terra ao volante um mercedes. Somos um país de fachada, com um povo de fachada que orgulhosamente se lembra de Vasco da Gama, das vitórias do Benfica, do Sporting e do Porto e do Carlos Lopes ou Rosa Mota enquanto descansa o cu nas esquinas das paredes do café.
E isto tudo porque a nossa “jovem” democracia, está mais interessada nos tachos, nas reformas ao fim de oito anos, no lugar em que se recebe mais luvas ou na demonstração atávica de autoritarismo do que nos verdadeiros problemas da nação portuguesa.
Dêem-nos educação, dêem-nos a esperança que daqui a um século ainda possamos ser portugueses. Para isso temos que arrancar o mal pela raiz, temos que no pré-primário fomentar o gosto pela aprendizagem, temos que ter psicólogos, educadores e auxiliares em permanência que sejam capazes de o fazer, de ajudar as famílias e, a serem avaliados pelo desempenho da sua função. Ao invés do que hoje se faz em que essa responsabilidade recai sobre os pais que não têm conhecimentos nem tempo para isso. Temos que saber porque razão há escolas que conseguem boas médias escolares e outras não, quem está na origem desse problema, culpar, responsabilizar e pagar às pessoas pelo seu desempenho e não pelos anos de antiguidade. Temos que ter estabelecimentos de ensino que estejam aptos a leccionar e não ter laboratórios sem reagentes ou aulas de informática com dois computadores para 20 alunos. Temos que ter transportes que garantam as viagens atempadas dos alunos, gratuitos ou não, mediante o nível socio-económico de cada um. Temos que ter cantinas aptas a fornecer alimentação aos estudantes e não casas encerradas porque a desratização não veio. Temos que ter um sistema de ensino e de apoio aos tempos livres voltado para as necessidades reais do país e não para ocupação do horário. Temos que ter mais cursos profissionais que preencham as tremendas falhas que existem e não meninos e meninas que chegam ao décimo segundo ano sem nada saberem. Temos que ter canais que possibilitem a integração na vida activa, integrada com a escola destes jovens e não fingir que ao oferecemos três anos de isenção no pagamento da taxa contribuitiva da segurança social, aos dezoito anos eles vão aprender uma profissão, já estão demasiado velhos e com custos manifestamente grandes para aprenderem de inicio uma carreira profissional.
Muitas mais coisas havia para dizer e fazer, mas não vos aborreço mais com a minha própria burrice.

Podem consultar o estudo da OCDE na integra AQUI.
 
Comentários:
Sócrates...toma nota..!. Paulo Tomás = Ciudadano sabio y humilde.
 
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