Deixa arder que não é meu nem do meu pai
O Primeiro Ministro afirmou que as críticas feitas à sua ausência do país na época dos incêndios, é «demagógica, injusta e mesquinha».
Primeiro do que tudo, deixem-me dizer que concordo plenamente com o nosso Primeiro Ministro. Não é por causa do Primeiro estar de ausente do País que o numero de fogos iria diminuir, nem sequer as forças de combate iriam funcionar melhor e, as “potenciais” ajudas do governo não iriam ser diferentes. Nisto tem toda a razão o Sr. Primeiro Ministro.
No entanto é de lamentar que o responsável máximo do governo, não se tenha incomodado com o facto do País que ele governa estar em chamas. Não se tenha incomodado com os dramas pessoais e sociais que um País em chamas origina. Não se tenha incomodado com o sofrimento daqueles milhares que perderam todo o trabalho de uma vida nas chamas que assolam o nosso País.
Bem sei que nada iria mudar a sua presença no nosso País, o que me entristece muito. Porque alguém que é Primeiro Ministro de um País, tem que estar ao lado dos seus cidadãos quando situações como estas acontecem. Tem que estar ao lado, nem que seja para dar apoio moral, para dizer que está aqui para ajudar, para mostrar que se preocupa com o sofrimento dos seus cidadãos, para dar força àqueles que abnegadamente lutam contra a calamidade, para dar um incentivo aos milhares de Portugueses que passaram dias de aflição, mais que não seja para ouvir o desespero daqueles que confiavam nas suas promessas.
Por isso lhe digo Sr. Eng. José Socrates, muito me entristece o facto do senhor não ter percebido que seria importante interromper as suas férias, para que um Primeiro Ministro de Portugal mostrasse que era alguém que se preocupava verdadeiramente com as gentes do seu País. Infelizmente assim não aconteceu.